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Ricardo Corrêa
WLADIMIR TABORDA 
Médico ginecologista, obstetra e doutor em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo. Autor do livro “A Bíblia da Gravidez” e todo mês responde suas dúvidas sobre gravidez
P: Tenho 34 anos e um filho de 5. Na primeira gestação correu tudo bem. Mas os exames que realizei para engravidar novamente, no ano passado, constataram a presença do citomegalovírus (CMV). Que cuidados devo tomar daqui em diante?Meriely bargas, São Paulo (SP)
Dr: O citomegalovírus é um vírus da família do herpes, transmitido pela saliva, urina e fezes. A maior parte dos portadores do CMV vive sem sintomas. Mas ele pode ser perigoso ao bebê se a mãe contraí-lo no início da gestação. Nesse caso, 15% dos filhos das portadoras poderão apresentar as sequelas mais graves, que são microcefalia, retardo mental, perda de visão ou surdez. Não existe tratamento preventivo, mas alguns antivirais podem ser usados com sucesso para tratar o recém-nascido caso ele seja afetado, daí a importância do diagnóstico na gravidez.
P: Estou na 26ª semana de gravidez, mas segundo a obstetra, a altura uterina não mudou desde a 21ª. Estou confusa, pois tive contrações e até emagreci, mas não houve perda de sangue ou líquido. Alguma suspeita do que pode estar acontecendo?Bruna Bruno, por e-mail
Dr: A altura uterina é a medida da curva da barriga da grávida, que é feita com fita métrica a cada consulta do pré-natal. Se a medida não estiver de acordo com a idade gestacional, há a possibilidade de o bebê estar sofrendo um retardo de crescimento que pode ser devido a fatores como cigarro, hipertensão e doenças infecciosas. Para fazer o diagnóstico, o seu médico deve pedir alguns exames, como um ultrassom, para avaliar a quantidade de líquido amniótico (pouco líquido é um sinal de que a placenta não funciona bem) e também o Perfil Biofísico Fetal (que analisa a movimentação do bebê, entre outros). Outro teste útil é a avaliação do fluxo de sangue nas artérias umbilicais para descobrir se o bebê é pequeno, porém saudável, ou não está crescendo mesmo.
P: Aos 37 anos, descobri que tenho uma obstrução tubária bilateral. Gostaria de saber se ainda assim tenho chances de engravidar? Mônica Alves, por e-mail
Dr: As suas chances de engravidar espontaneamente são remotas. Além da idade avançada do ponto de vista reprodutivo, a obstrução nas duas trompas não permite a passagem normal dos espermatozóides para a fecundação. Isso também dificulta o retorno de um eventual óvulo fecundado, que poderia se desenvolver na própria trompa (gravidez ectópica). Recomendo procurar um especialista em reprodução assistida para uma avaliação mais detalhada.
Westend61/gettyimages

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