Soluções para uma rotina mais leve


Soluções para uma rotina mais leve

Você sabe que ter filhos é motivo de sobra para felicidade. Ainda assim, é impossível negar que, algumas vezes, eles podem causar um certo estresse na rotina. É normal! Não dá para ser tudo sempre tranquilo, mas, se você diminuir a expectativa e o nível de cobrança, conseguirá transformar até os momentos mais tensos (alguém aí sai atrasado todo dia?) em memórias gostosas e curtir as crianças ainda mais

Gabriel Rinaldi
Arthur veste camiseta e calça da You
Seu filho risca a parede da sala, não quer experimentar a roupa na loja, faz birra dentro do supermercado e implica na hora de sentar na cadeirinha do carro. À noite, você resolve ler uma história para ele, mas o sono é tanto que mal consegue chegar à última página. No meio disso tudo, quase não sobra tempo de lembrar quanto sua vida é mais gostosa agora, com as crianças. Mas nem precisa: você já sabe e a ciência comprova! Duas pesquisas recentes mostram que os casais com filhos são mais felizes. Uma delas, coordenada por um instituto alemão, analisou respostas e dados de mais de 130 mil adultos em todo o mundo, que foram acompanhados cerca de cinco anos antes e cinco anos depois de ter filhos. O que se percebeu é que o nível de felicidade deles aumentou após a gravidez. O outro estudo, norte-americano, examinou 120 mil adultos de pesquisas feitas entre 1972 e 2008 e descobriu que, enquanto nas décadas de 1980 e 1990 era mais feliz quem não tinha filhos, nos anos 2000 o resultado se inverteu.
Claro, no dia a dia, nem tudo é um comercial de margarina. Tem situações em que, sim, dá vontade de se trancar no banheiro e só sair quando todo mundo estiver dormindo. E a dica para esses momentos difíceis é escolher quais batalhas comprar e diminuir o seu nível de estresse. “Não há como os filhos – independentemente da idade – ficarem calmos quando seus mentores estão estressados. Isso ocorre porque as crianças desde cedo aprendem a sentir o clima de casa, fator importante para o bem-estar e até para a sobrevivência delas, que têm uma enorme habilidade para se adaptar. Um ambiente hostil gera filhos hostis; um ambiente estressante leva a filhos estressados”, explica a psicóloga Marilda Lipp, autora de vários livros sobre estresse, entre eles Crianças Estressadas: Causas, Sintomas e Soluções (Ed. Papirus) e Como Enfrentar o Stress Infantil (Ed. Ícone).
OK, claro que não é nem um pouco fácil deixar de lado tudo o que nos deixa nervosos. Mas vale a pena. Por isso, perguntamos para mães e especialistas qual é a melhor maneira de lidar com as crises mais comuns do dia a dia com os filhos. Tudo para que você consiga aproveitar mais ainda o tempo com as crianças, sem brigas.
1. Sempre adiantado
Sair de manhã é uma guerra na sua casa? “Tem vários fatores que complicam a rotina, desde acordar até colocar os sapatos”, conta a professora Lucia Helena Pomarico, 42 anos, mãe de Luisa, 3. Antes, a menina não queria vestir as meias, agora, a briga é para arrumar o cabelo. Como criança é mesmo imprevisível, o jeito é se organizar. “Não adianta achar que o filho vai levantar e se trocar na hora: eles precisam de mais tempo para acordar. Chame uma vez, abra a janela, acenda a luz do banheiro... O corpo leva alguns minutos para começar a funcionar e não é na pressa que isso vai ocorrer”, explica Ana Cássia Maturano, psicóloga e psicopedagoga de São Paulo. Acordar 15 minutos antes do horário normal, separar a roupa no dia anterior e deixar o lanche da escola pronto na geladeira também podem ajudar você a ganhar tempo de manhã.
2. Roupa nova sem drama
Matheus tem 3 anos e fica do lado de fora da loja enquanto a mãe, a jornalista Viviane Fritz, 29 anos, compra roupas para ele. Como não gosta de experimentar nada, o jeito é ela levar uma camiseta ou calça do menino como referência e pedir um número maior. Mas tem outra opção: usar a simetria do corpo da criança a seu favor. Por exemplo, se precisa comprar um sapato, meça-o pelo antebraço do seu filho – que é exatamente do tamanho do pé dele. As calças você mede colocando a parte do cós em volta do pescoço. Se ela der a volta certinho, é porque vai caber. Caso seja uma roupa mais difícil de acertar (como para um casamento), o jeito é convencer a criança a experimentá-la. Explique que é uma ocasião especial e combine de fazer algo bem legal depois.
Para não ter erro na hora de comprar roupa sem provar: leve uma peça parecida que sirva no seu filho ou tire as medidas dele como se fosse brincadeira! Meça de um ombro ao outro, o tronco (do pescoço até o quadril), as pernas (do quadril até os pés) e a cintura. E anote de tempos em tempos para mostrar como ele cresceu

3. Criança em festa de adulto
Às vezes, não tem jeito: você precisa levar seu filho a um evento social durante a noite. Primeiro, certifique-se de que o ambiente é amigável para crianças. “Se for na casa de um amigo, ligue e pergunte se ela pode ir ou não. Normalmente o anfitrião cede”, sugere Ana Vaz, consultora de etiqueta e mãe de Theodoro, 5 anos, e Helena, 3. Os bebês podem ficar dormindo no carrinho, mas os maiores precisam de uma distração. Você pode e deve levar um brinquedo, mas escolha algo que não faça muita bagunça ou barulho. Jogos eletrônicos (sem sons!) e livros são boas pedidas. Também prefira lápis em vez de canetinha, para evitar acidentes. Antes de sair, converse com seu filho, explique que é um ambiente de adultos e que ele precisa se comportar. Mas, se começar uma birra, conforme-se: melhor voltar para casa cedo.
Você sabe que ter filhos é motivo de sobra para felicidade. Ainda assim, é impossível negar que, algumas vezes, eles podem causar um certo estresse na rotina. É normal! Não dá para ser tudo sempre tranquilo, mas, se você diminuir a expectativa e o nível de cobrança, conseguirá transformar até os momentos mais tensos (alguém aí sai atrasado todo dia?) em memórias gostosas e curtir as crianças ainda mais

 Gabriel Rinaldi
Sarah está de shorts da Camú Camú. Blusa da You. Vestido da Green. Tênis Converse All Star.
4. Sem nome feio
Seu filho está aprendendo a falar e ainda nem sabe o significado das palavras direito. Só que, um dia, ele solta um palavrão. Foi o que aconteceu com a empresária Fernanda Egydio, 36 anos, mãe de Pedro, 8, e Maria Julia, 6. “Recentemente ele me perguntou o que era um certo termo e eu disse que era um palavrão, mas ele falou que era impossível, pois a palavra era pequena!” O argumento tem um quê de verdade. “As crianças não sabem o que estão falando, então, cabe aos pais explicarem o que pode ou não ser dito”, diz a psicopedagoga Nívea Fabrício, diretora psicopedagógica do Colégio Graphein (SP).
5. Cadeirinha amiga
É lei e uma questão de segurança, mas muitas crianças não querem ficar na cadeirinha do carro. “Consegui convencer a Luisa a sentar, mas agora ela não quer pôr o cinto da maneira correta, só na cintura”, diz a professora Lucia Helena Pomarico. “Meu aliado nesses casos é o guarda, que está por perto. Eu falo que ele vai fazer a gente parar e vai prender o carro”, conta. Nesse caso, a “desculpa” de Lucia é legítima. Mas, e aquelas mentiras brancas, como dizer que o veículo não liga se a criança não estiver na cadeirinha? “Não vejo problema em contá-las, mas tem outras estratégias didáticas que funcionam, como mostrar que a mãe e o pai também usam cinto e explicar que, se acontecer um acidente, ela pode se machucar se estiver fora da cadeirinha – assim como a mãe e o pai se estiverem sem cinto”, diz a psicopedagoga Ana Cássia Maturano.
Palavrão é só uma palavra feia. E que fica mais feia ainda na boca de criança. Se seu filho falar, chame a atenção dele, mas não faça drama. Ou você não se lembra que, quando criança, adorava fazer algumas coisas só para irritar seus pais? De repente, até falava palavrão também... 

6. Paredes em ordem
Você chegou em casa e descobriu a parede da sala toda desenhada? “Sujou, limpou.” Essa é a orientação da psicopedagoga Nívea Fabrício. “Não precisa brigar, mas sim explicar que não pode, reforçar que, se antes não havia sido falado, agora está claro que desenho é só no papel.” Viviane Fritz passou por isso com o filho Matheus, 3 anos. Ele rabiscou toda a parede do quarto da avó. “Perguntei por que ele tinha feito isso e a resposta foi: ‘Porque não tinha papel!’ Falei para ele que não podia desenhar na parede, e que se isso acontecesse de novo, eu teria que tirar o dinheiro do cofrinho dele para pagar uma pintura nova. Agora ele sempre pede papel!”
7. Piso reluzindo
Se você tem um menino em casa, sabe bem que o Beyblade, aquele peão de metal, é um perigo para o chão da sua casa (principalmente se ele for de madeira, com revestimento de sinteko ou bona). Para protegê-lo, você pode comprar uma arena oficial, que custa de R$ 80 a R$ 100, ou improvisar uma em casa. A empresária Enelian Santos, 28 anos, tem dois aficionados por Beyblade: Angelo, 8 anos, e Gabriel, 7. “Eles usavam as vasilhas plásticas grandes da cozinha como pista, mas todas quebraram.” Nesse caso, uma opção mais resistente são fôrmas de bolo. Agora, se o piso já está arranhado, você até pode passar cera para disfarçar, mas, com o tempo, o pedaço vai ficar mais escuro. O melhor mesmo é contratar uma empresa especializada e fazer uma raspagem. O serviço custa em média R$ 1 mil, mas o preço varia de acordo com o tamanho do cômodo. Achou caro? Uma solução rápida e charmosa é usar um tapete para cobrir os riscos. Pode até não resolver, mas você não irá mais vê-los!
8. Brinquedos organizados
Eles praticamente já fazem parte da decoração, mas de uma maneira não muito harmoniosa. E a solução encontrada por dez entre dez mães é guardar tudo em baús grandes ou dentro do berço portátil. Funciona, mas para deixar na sala nem sempre é muito harmônico. Busque baús grandes de madeira, que possam servir de mesa de centro, ou caixas com estofados em cima, para servir de assento. Outra ideia é usar aquelas tendas e cabaninhas portáteis para guardar tudo de um jeito rápido e deixar os brinquedos fáceis para o seu filho pegar.
Você sabe que ter filhos é motivo de sobra para felicidade. Ainda assim, é impossível negar que, algumas vezes, eles podem causar um certo estresse na rotina. É normal! Não dá para ser tudo sempre tranquilo, mas, se você diminuir a expectativa e o nível de cobrança, conseguirá transformar até os momentos mais tensos (alguém aí sai atrasado todo dia?) em memórias gostosas e curtir as crianças ainda mais

Gabriel Rinaldi
Murilo veste camiseta da Pura Mania Kids. Jaqueta da Camú Camú
9. “Manhê, tá chegando?”
Se ficar horas no carro não é agradável nem para os adultos, imagine para as crianças. Veja algumas dicas de como distraí-las no trânsito:
Em vez de reclamar do carro da frente, fale de coisas boas e aproveite o tempo para conversar com seu filho. Mantenha a calma, porque o seu estresse passa direto para ele.
Abra o jogo, com sinceridade, dizendo: “Está tudo parado e vai demorar a chegar”. Explique que andar mais depressa não depende de você e aponte os carros na rua, mostrando que todos estão ali ao mesmo tempo. Então, proponha uma brincadeira: adivinhar que horas chegarão ao destino final. Quem acertar ganha um sorvete!
Coloque uma música para cantarem juntos. Alterne uma canção da qual ele goste com a sua preferida, para variar o repertório.
10. É hora de partir...
...mas quem disse que seu filho concorda? Você pode usar alguns artifícios para evitar surpresas quando precisar ir embora de algum lugar. Avise-o com um tempo de antecedência, para que ele comece a se acostumar com a ideia de se despedir. Diga que vocês vão sair em dez minutos, por exemplo, e que ele pode brincar mais um pouquinho. E, quando o momento chegar, seja direto e firme, afirmando que vocês precisam ir mesmo e ele pode voltar outra hora.
11. Supermercado com classe
Nem sempre é possível ignorar uma criança gritando e esperneando, ainda mais em um local público. Quando isso acontece, uma boa técnica é tirar seu filho da cena. Leve-o para um canto da loja com menos gente e espere ele se acalmar. Para a psicopedagoga Ana Cássia Maturano, os pais só não podem atender ao pedido e agradar o filho. “Desse modo ele vai entender que consegue o que quer no grito. Aí, sempre vai repetir esse comportamento.” Mas não tem nenhum problema em combinar antes da ida ao mercado que ele só pode escolher dois itens, por exemplo. Já diz o velho ditado: combinado não sai caro, e isso vale também para as crianças.
12. Sinceridade de criança
“O seu cabelo é esquisito.” “Essa moça é tão gorda, né, mamãe?” Algumas crianças acabam sendo sinceras demais em momentos inadequados... E sair de uma saia-justa dessas pode ser complicado. Se o seu filho falar algo que não deveria, principalmente perto de outro adulto, o melhor é só pedir desculpas e não tentar ensinar a criança na hora, para não constranger ainda mais a “vítima”. “Depois você chama seu filho para conversar e explica que tem coisas que a gente não fala, pois as pessoas ficam chateadas e não gostam de ouvir comentários sobre seu peso ou seu cabelo”, diz a psicopedagoga Nívea Fabrício.
13. História para pai dormir
Você está lendo para o seu filho à noite e, à medida que as páginas vão passando, os olhos vão pesando... Sim, depois de trabalhar o dia todo, fazer o jantar, dar banho, claro que você está cansado. A atriz e contadora de histórias Simone Grande dá algumas dicas para você não pegar no sono:
Fique em uma posição confortável, mas não se deite. Isso vai deixá-lo mais sonolento.
Interprete. Faça vozes, gestos e use brinquedos para ilustrar as cenas.
Escolha uma história da qual você goste também. Assim, dá mais vontade de ler.
Prefira livros com personagens dinâmicos, com música, ou invente uma melodia para alguma parte da trama.



Como perder os quilos extras da gravidez (sem muito esforço)



Masterfile
Sejamos sinceras: os primeiros meses com o bebê em casa são um caos. Você amamenta e troca fraldas praticamente o dia inteiro! Se mal dá tempo de tomar um banho demorado, quem dirá fazer ginástica... O único problema é que aquela barriguinha flácida continua ali para lembrar que, uma hora ou outra, você vai ter de levar a dieta a sério. OK, dá preguiça só de ler, mas saiba que é possível começar a perder peso desde os primeiros dias após o parto e, o que é melhor, sem muito esforço. Que o diga a jornalista Myrian Clark, mãe dos gêmeos Maria Clara e Pedro, 11 anos, e Luísa, 7. “Depois que meus filhos nasceram me dei conta que cuidar de um bebê é uma ginástica incrível”, conta ela, que engordou 20 quilos na primeira gestação e nove na segunda. “Felizmente, eles foram embora rápido, pois eu amamentava. Só que a flacidez continuou me incomodando.” Um dia, Myrian notou que, ao contrário do abdômen, os braços estavam ficando musculosos – graças aos cuidados com os recém-nascidos. Então, resolveu adaptar a rotina com os filhos de maneira que as tarefas a ajudassem a tonificar o corpo. Se deu certo? Virou até livro (Em Forma com o Seu Bebê, da Ed. Panda Books, R$ 45, que escreveu em parceria com o personal trainer José Alexandre Filho). Para ajudar você a seguir o exemplo dela, conversamos com mães e especialistas em nutrição e exercícios e elencamos as atitudes que vão fazer aquela calça jeans fechar. E sem precisar suar!
Amamente
Além de ser uma delícia, amamentar é ótimo para perder peso. Isso porque o organismo usa as reservas de gordura que foram acumuladas na gestação na produção do leite. Para você ter uma ideia, ao produzir os 700 ml do líquido (que é a quantidade que o bebê consome por dia, em média), o corpo queima 640 calorias. E quanto mais o seu filho mama, mais leite você tem, pois o processo é estimulado pela sucção da criança. Natureza sábia, não?
Coma bem
Se por um lado amamentar emagrece, por outro dá a maior fome. Para sair dessa equação cabendo no manequim de antigamente, o segredo é se alimentar bem – o que é diferente de comer demais. “O ideal é fazer de cinco a seis refeições por dia e todas devem ser equilibradas”, diz a nutricionista Bruna Chagas Petrungaro, do Comer e Viver Consultoria Nutricional (SP). Isso significa que seu cardápio tem de ser rico em vitaminas, minerais, fibras e MUITO líquido (água, água de coco e sucos naturais, de preferência). E nem pense em dietas restritivas agora, porque precisa de energia para produzir leite. Quando ficamos muito tempo em jejum, o organismo tende a armazenar gordura abdominal como uma forma de reserva. A consequência, além daquela barriguinha insistente, é a redução do metabolismo: seu corpo só vai gastar energia para as funções vitais, como respirar, o que torna difícil queimar as calorias extras.
Dá-lhe fibras
Com um bebê pequeno para cuidar, você vai acabar ficando mais tempo dentro de casa. E como segurar a tentação de abrir a geladeira o tempo todo? Incluindo no cardápio alimentos ricos em fibras, como couve, agrião, ameixa, laranja e grãos integrais. Esse nutriente aumenta a saciedade e ainda ajuda na digestão. “Em geral, os hormônios da gravidez e do pós-parto interferem nos movimentos peristálticos do intestino, deixando-o mais lento – o que pode causar constipação”, explica a ginecologista e obstetra Carla Souza Pérez, autora de Sou Mãe... E Agora? e Grávida e Bela (ambos da Ed. Senac). Mas, atenção: é preciso beber muita água, senão as fibras podem ter o efeito contrário e deixar o intestino preso.
A moda a seu favor 
Estar acima do peso não é motivo para deixar o visual de lado. “Logo após o parto, a mulher fica perdida com o guarda-roupa: ao mesmo tempo que o corpo ainda não voltou ao normal, ela não tem o barrigão de grávida”, diz Cristina Zanetti Gabrielli, consultora de imagem da Oficina de Estilo (SP) e mãe de Estela, 3 anos, e Flora, 4 meses. Para ajudar nesse momento difícil, o primeiro passo é escolher bem as peças que você vai usar. As calças de elástico da gravidez, por exemplo, estão liberadas, mas as batas ou blusas marcadas embaixo dos seios devem ser esquecidas – elas aumentam o risco de acharem que você ainda é gestante! Aí, vale atualizar o look com itens da estação: uma camisa de seda estampada com motivos que parecem ter sido tirado de lenços ou um cardigã de cor escura são boas pedidas. Além de estarem em alta, eles ajudam a disfarçar os quilinhos extras, deixam você elegante e não atrapalha na hora de amamentar.

Sugestão de cardápio para atingir a recomendação diária de fibras (25 gramas)



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Café da manhã

Café com leite – 1 xícara
Pão integral – 1 fatia com queijo cottage
Mamão papaia – 1/2 unidade 
Lanche da manhã

1 banana com 1 e 1/2 colheres (sopa) de aveia em flocos 
Almoço 
Salada (alface, tomate e brócolis): 1 prato (sobremesa)
Arroz integral – 1 colher (servir)
Feijão – 1 concha média
Filé de frango grelhado – 1 unidade média
Laranja com bagaço – 1 unidade 
Lanche da tarde

1 garrafinha de iogurte com 3 colheres (sopa) de granola 
Jantar 
Salada (alface, tomate e brócolis): 1 prato (sobremesa)
Arroz integral – 1 colher (servir)
Omelete – 1 unidade (2 claras e 1 gema)
Abacaxi – 1 fatia média 
Ceia 
Chá
Torrada integral (2 unidades) 

Socorro, ele começou a andar



Masterfile
Enquanto o bebê ainda fica no colo, é fácil controlá-lo. Mas, por volta de 1 ano, ele começa a dar os primeiros passinhos e aí... Tchau, tranquilidade. Basta uma bobeada para o pequeno correr, pegar coisas que não deve, subir no sofá... E aí, já viu: sua cabeça começa a imaginar ele tropeçando e batendo a testa na quina da mesa! Sim, é impossível não se preocupar – é por isso que você sempre deve ficar por perto para prevenir acidentes. No entanto, se estiver vendo seu filho subindo no sofá e perceber que ele vai cair de uma altura que não oferece risco e em uma superfície macia, segure seu instinto maternal e deixe. “Não grite ‘Ai, coitadinho, se machucou?’, pois, se ele vir o seu rosto apavorado, vai se assustar e entender que tudo ao redor é muito perigoso”, diz a psicóloga Lídia Weber, coordenadora do Núcleo de Análise do Comportamento (NAC), da Universidade Federal do Paraná. E é esse tipo de reação que pode deixar a criança insegura e dependente.
   Reprodução
Ela p-r-e-c-i-s-a vivenciar algumas situações para ganhar autoconfiança – até porque você não vai estar disponível o tempo todo para protegê-la. Mas não se engane: isso não quer dizer que você pode deixar seu filho solto. Ele exige sempre a sua supervisão. “A criança deve explorar o meio com segurança, testar e descobrir limites para desenvolver recursos próprios de autoproteção”, diz Andréa Oliveira, pedagoga e orientadora educacional da rede de escolas Monte Castelo (SP). “Se for superprotegida, perde oportunidades de amadurecer, o que pode afetar sua autonomia.”
Mas qual é o melhor jeito de se precaver sem podar demais seu filho? Conversando. Perto de 1 ano, a criança começa a compreender ordens simples e também entende quando alguém explica que algo é arriscado. “O problema é que se esquece disso rapidamente”, diz Renata Waksman, do Departamento de Segurança da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). E aí, não adianta brigar: o que funciona é repetir os conselhos muitas e muitas vezes (em geral, até a adolescência)... E jamais acredite que segurança se aprende na prática. “É absurdo dizer que a criança tem que se queimar para saber que o fogo faz mal”, conclui Renata. Para ajudar você a ensinar o que é ou não arriscado, elencamos as principais situações de perigo dentro e fora de casa e o que você pode fazer para proteger seu filho – mas sem pânico!
Em casa
Zona de perigo: janelas e sacadas.
    
A criança pode escalá-las e cair.
Como prevenir: coloque grades e/ou redes específicas nesses locais. Também não deixe móveis (como sofás, cadeiras ou mesas) perto deles.
É neura! Infelizmente, todo cuidado é pouco!
Zona de perigo: escadas.
  
Basta um passo em falso para a criança escorregar e se machucar nos degraus.
Como prevenir: instale um portão ou grade de segurança na parte de cima e de baixo da escada, até ela completar no mínimo 6 anos. Vale também segurar a mão da criança e ensiná-la a a subir e a descer se apoiando no corrimão ou sentando em cada degrau, por exemplo.
É neura! Só subir e descer com a criança no colo.
Zona de perigo: armários com produtos de limpeza ou medicamentos.
   
Seu filho pode engolir alguma substância e se intoxicar com ela.
Como prevenir: guarde esses itens em armários altos e trancados. E nunca coloque um produto de limpeza em garrafa de refrigerante ou suco, pois isso pode confundir ou, pior, atrair as crianças.
É neura! Todo cuidado é pouco!
Zona de perigo: tomadas e quinas.
   
Quando começar a dar os primeiros passos, seu filho vai explorar a casa ou se desequilibrar – nessa hora, você não vai querer uma quina ou tomada por perto.
Como prevenir: você pode até tampá-las com dispositivos específicos, que são encontrados em lojas para bebês. Mas também tem de explicar que ele não pode colocar a mão na tomada e que a quina machuca, porque nem todas as casas vão ter esses acessórios de segurança.
É neura: proteger absolutamente TODAS as quinas da sua casa (ou da dos avós!), até as de móveis altos ou de cômodos que seu filho não frequenta.


Masterfile
Zona de perigo: cozinha.
    
Os riscos são queimaduras, acidentes com eletrodomésticos (se a criança puxar um fio solto, por exemplo) e cortes com talheres.
Como prevenir: jamais cozinhe com ela no colo e mantenha as panelas nas bocas traseiras do fogão, com os cabos virados para dentro. Guarde facas e objetos cortantes em gavetas mais altas.
É neura! Trancar a porta.
Fora de casa
Zona de perigo: rua e estacionamento.
   
Seu filho não sabe que um carro é perigoso – e pode se posicionar no ponto cego do motorista, o que facilita os atropelamentos.
Como prevenir: ensine a criança que andar de mãos dadas com os adultos é obrigatório fora de casa até os 6 anos. Segure-a com firmeza, pois ela pode correr em disparada a qualquer hora.
É neura! Colocar a criança no carrinho sempre que vocês saem de casa.
Zona de perigo: elevador.
 
A lei é clara: menores de 10 anos não devem andar desacompanhados no elevador. Isso porque eles podem prender algum membro do corpo nas portas – e não conseguirão tirá-lo sem ajuda.
Como prevenir: explique, desde cedo, que o elevador pode pifar e parar a qualquer momento. Se isso acontecer e seu filho estiver só, não vai alcançar o botão de emergência. Ele deve saber, ainda, que é perigoso colocar a mão na porta.
É neura! Usar seu corpo para prender a criança entre você e o espelho do elevador.
Zona de perigo: escada rolante.
 
O pé da criança pode ficar preso se ela pisar na linha amarela – principalmente se estiver com chinelos e calçados frouxos.
Como prevenir: até os 2 anos, transporte-a no colo. Depois disso, oriente-a a não pisar na faixa amarela e a dar as mãos para os adultos. Aos 6 anos ela estará liberada para fazer isso sozinha.
É neura! Só usar a escada fixa ou o elevador.
Zona de perigo: parquinho.
  
Apesar de ser um ambiente (teoricamente) pensado para crianças, elas podem cair de brinquedos ou sofrer acidentes na área do balanço.
Como prevenir: escolha lugares com pisos que absorvam impactos (como os de grama, areia ou emborrachados). A área do balanço não pode ser corredor de passagem.
É neura! Tirar a criança do playground só porque viu um único parafuso à mostra.
Zona de perigo: multidão.
 
Em locais com grandes aglomerações, a criança pode se distrair e se perder dos pais.
Como prevenir: coloque roupas de cores chamativas nela e andem de mãos dadas. Em grandes eventos, escreva os dados dos pais em um papel e deixe-o no bolso dele. Em áreas mais vazias, permita que a criança ande sozinha – mas sem tirar os olhos dela. Isso vai ajudá-la a se sentir segura.
É neura! Usar coleiras especiais para crianças.
Zona de perigo: piscina.
    
Afogamentos são a segunda causa de morte e a oitava de internação entre os acidentes na faixa etária de 1 a 14 anos, segundo o Ministério da Saúde.
Como prevenir: alarmes e capas garantem proteção extra, mas devem ser usados em conjunto com as cercas e a supervisão dos adultos. Seu filho quer brincar perto da piscina? Coloque o colete salva-vidas nele.
É neura: Só deixar a criança entrar na água depois que aprender a nadar.
Cair é normal!
Quando começar a andar, seu filho vai cair diversas vezes. Afinal, ainda está aprendendo a se equilibrar. Então, respire: normalmente, as quedas não são graves. Se acontecerem, acalme-o com abraços e beijinhos – muitas vezes, só isso já basta! Se a criança tiver batido a cabeça, observe-a por 18 horas. Repare se houve algum afundamento ou galo muito grande e se ela está diferente (pálida, sonolenta, chorosa ou com a fala enrolada). Se não tiver nenhum desses sintomas, ela pode dormir, sim.

Meu filho precisa de fono?



Aidon/getty images
Toda criança precisa ir ao fonoaudiólogo?
Não. A consulta deve ser marcada se o seu filho apresentar alguma alteração ou atraso na fala que não seja esperado para a faixa etária dele. E não existem dados nacionais, mas estima-se que 5% das crianças vão ter algum tipo de dificuldade. O alerta de que haja um problema, em geral, vem do pediatra ou da escola. “Mas sempre que os pais suspeitarem de alterações devem procurar orientação do médico que acompanha a criança. E, em todas as consultas, o progresso da linguagem é avaliado”, afirma Sylvio Renan Monteiro de Barros, pediatra clínico e membro da Sociedade Brasileira de Pediatria. Uma pesquisa norte-americana, feita com 88 crianças durante 20 anos, comparou esse processo de aquisição da linguagem a um passeio de montanha-russa: até chegar a fluência, elas vão adotando e abandonando padrões de fala, como trocar fonemas (o nome que se dá ao som das letras) e omitir sons. O que isso significa? Que seu filho pode apresentar alguns problemas enquanto está aprendendo a se comunicar, mas que a maioria vai desaparecer naturalmente até os 5 anos.
Quais são os problemas de fala mais comuns e quando aparecem?
O primeiro que pode surgir é o atraso no início da fala, que é percebido quando a criança articula pouco ou quase nada aos 2 anos, idade em que deveria conseguir se comunicar com frases simples, como “me dá.” Se isso não acontece, é preciso marcar uma consulta com o fonoaudiólogo. Aos 3, acontecem as trocas de fonemas, mas isso não é necessariamente um problema. Vai depender da substituição que ele faz e da etapa em que isso acontece. Por exemplo, nessa idade é comum a criança “comer” o R (em vez de falar preto, dizer “peto”), e nem por isso é preciso procurar um especialista. De 2 a 4 anos, seu filho pode começar a repetir as palavras ou as sílabas, caso conhecido, na linguagem médica, de disfluência fisiológica. Diferentemente da gagueira (um distúrbio neurobiológico, que tem início por volta dos 5 anos e que exige tratamento especializado), essa disfluência dura cerca de seis a dez semanas e acontece porque os pensamentos da criança são mais rápidos do que a capacidade de falar, causando a repetição. E você pode ajudar. Ouça seu filho com calma e paciência, sem chamar a atenção para esse comportamento ou pedir para ele falar mais devagar – isso só vai fazê-lo se sentir inadequado. Lembre-se de que até os 5, a criança deve falar todos os sons corretamente – essa regra não vale para prematuros que, em geral, têm mais chances de sofrer atrasos no desenvolvimento. Se perceber algo diferente, procure um especialista.
Que outros fatores podem prejudicar o desenvolvimento da fala?
Problemas auditivos, neurológicos ou respiratórios, e até fatores ambientais, como falta de estímulo. Desses, os de audição são os mais comuns. “A criança que ouve pouco, balbucia pouco. Ou seja, vai ter dificuldade para aprender a falar”, diz Ignês Maia Ribeiro, diretora educacional do Instituto Brasileiro de Fluência (SP). Por isso é importante que o recém-nascido faça o teste de triagem auditiva (teste da orelhinha), gratuito e obrigatório desde 2010. Ele é realizado ainda na maternidade e avalia se o bebê tem alguma dificuldade para ouvir. Já as crianças com deficiência neurológica (inclusive as portadoras de síndromes, como a de Down) precisam de atenção especial: a maioria vai ter atraso no desenvolvimento da linguagem. Outro fator importante é a respiração. As que possuem problemas crônicos, como rinite alérgica, têm mais chances de apresentar alterações na fala pois respiram pela boca. “Isso afeta todo o processo de postura da língua e posicionamento dos dentes, o que colabora para as alterações aparecerem”, afirma Cássia Telles, fonoaudióloga do Hospital Pequeno Príncipe (PR).
Uma vez que a dificuldade foi constatada, devo ir logo ao especialista?
Sim. É importante que o fonoaudiólogo faça uma avaliação rapidamente. Mas diagnosticar o problema, em alguns casos, não significa que o tratamento vai ser iniciado naquele momento. “Quando a criança vai para a escola, é exposta ao ambiente social e percebe que sua fala está errada. Muitas vezes, essa é a hora mais adequada de interferir, pois ela fica consciente do problema e disposta a mudar o quanto antes”, diz Cássia. Ainda assim, vale dizer que somente um especialista saberá a hora certa de começar o tratamento.
E o desempenho escolar, como fica?
A principal preocupação é com a escrita. Seu filho só vai aprender a escrever direito se conseguir discriminar os sons corretamente – se tem dificuldade de articular o R e o L, vai transferir isso para o papel, por exemplo. Uma fala com problemas também prejudica a comunicação com outras crianças e dificulta a interação social.
Falar errado pode ser uma maneira de chamar a atenção?
Sim. Isso pode ser reflexo de uma situação que a criança está com dificuldade para lidar, como a chegada de um irmão. Se o fonoaudiólogo identificar que a questão é comportamental, pode, por exemplo, dar orientações do que fazer no dia a dia, como não reforçar ou corrigir o erro. Ele também pode indicar uma consulta com um psicólogo.
Como é o tratamento para os problemas de fala?
Primeiro você vai precisar encontrar um fonoaudiólogo (e, pasme, existe um tipo de especialista para cada dificuldade da fala). A terapia, em geral, acontece duas vezes por semana. Nas primeiras sessões, os pais entram junto com a criança para ela ter mais segurança. De qualquer maneira, é importante a sua participação, porque os exercícios feitos com o especialista e as orientações devem ser repetidas em casa. Dependendo do caso, é possível que a criança só vá ao especialista para que ele acompanhe o progresso, e todo o restante do tratamento seja realizado com a sua ajuda.
Qual a melhor maneira de estimular meu filho?
Uma pesquisa da Universidade de Notre Dame (EUA) mostrou que, durante o primeiro ano de vida, os bebês já identificam padrões de sons nas palavras para começar a entender o significado delas. Isso significa que eles treinam a fala muito antes de balbuciar as primeiras sílabas. Por isso, converse sempre com o seu filho (nomeie as partes do corpo na hora do banho, por exemplo) e crie oportunidades para ele falar. Se a criança apontar para algo, diga o nome do objeto antes de atender ao pedido dela. Quando disser algo errado, responda com a maneira correta, sem corrigi-la para não gerar mais insegurança. E nada de falar em “nenenês”. O tatibitate pode atrasar o aprendizado.
Você quer saber...
Chupeta e mamadeira podem interferir no desenvolvimento da fala?
Sim, principalmente se forem usadas depois dos 2 anos, quando os dentes de leite já apareceram. São eles que vão posicionar a língua de uma maneira adequada dentro da boca, e esses produtos alteram toda a estrutura dela. Além do risco de entortar os dentes, a chupeta e a mamadeira podem alterar as musculaturas da língua, dos lábios e das bochechas, que ficam flácidas, e o padrão respiratório, o que, consequentemente, atrapalha a fala.
Freio de língua preso é caso de cirurgia?
Nem sempre. Um bom termômetro é a amamentação. Se o frênulo (ou seja, o freio) for curto demais e atrapalhar a sucção do leite, é provável que ele dificulte a elevação da língua e prejudique a articulação de alguns fonemas mais tarde. A cirurgia é simples e pode ser feita desde os primeiros meses de vida da criança. O médico faz uma incisão, com anestesia local. Bebês fazem o procedimento no próprio consultório do pediatra e, em alguns casos, nem precisam levar pontos. A recuperação é rápida.

Gagueira: quando é um problema e como tratar?



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Cada criança tem seu tempo para desenvolver a fala. E, em média aos 3 anos, ela já conversa sem grandes problemas de vocabulário. Mas há aquelas que por volta dessa mesma idade apresentam distúrbio de fluência, com repetições (ca-casa), alongamentos (sssssapo) ou bloqueios de sons ou sílabas - é a gagueira, também chamada de disfluência fisiológica. Nesta fase, é comum que os pensamentos sejam mais rápidos do que a capacidade de falar, por isso a criança repete sílabas e palavras.

A tendência é que esse desvio desapareça até os 5 anos, mas você pode ajudar. Ouça seu filho com calma e paciência, sem chamar a atenção para este comportamento ou pedir para ele falar mais devagar - isso só vai fazer com que ele se senta inadequado e ache que está com algum problema. Só é caso de tratamento se a criança ainda gaguejar com cerca de 5 anos, quando é preciso fazer terapia com um fonoaudiólogo especializado no assunto. 
Diagnóstico e tratamento

A gagueira é um distúrbio com base neurológica. Ou seja, o cérebro tem dificuldade de controlar os movimentos automáticos da fala espontânea. “Ela é involuntária. A pessoa não gagueja porque quer ou porque não tem força de vontade para controlar sua fala”, diz Ignês Maia Ribeiro, fonoaudióloga e presidente do Instituto Brasileiro de Fluência (IBF). E há influência da genética. Cerca de 55% das pessoas que gaguejam têm alguém da família com gagueira. Porém, mesmo com essa herança ela pode ou não se manifestar.

Com diagnóstico muitas vezes negligenciado, segundo a especialista, há pais que não tomam nenhuma atitude quando percebem que o filho é gago, por achar que o problema vai se resolver com o tempo, ou ainda pressionam a criança para que fale sem gaguejar. Isso pode piorar a situação. Há mitos que precisam ser derrubados: insegurança, timidez, nervosismo ou ansiedade não causam gagueira.

Identificar quando o filho tem problema de fala é fácil. “Repetições, alongamentos e bloqueios são perceptíveis, principalmente se vêm acompanhados de falta de sincronia com a respiração, ou com movimentos faciais que mostrem esforço na produção dos sons da fala”, diz Ignês.

De acordo com a fonoaudióloga, tratar a gagueira assim que a criança começa a apresentar o distúrbio permite 98% a 100% de recuperação. Procurar o quanto antes um profissional especializado em distúrbios da fluência, que vai traçar o tratamento dependendo de cada caso, evita que a criança tenha de enfrentar o preconceito que existe até hoje.

Trocar fonemas: até quando é normal?



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Falar “elado”, como o personagem Cebolinha, da Turma da Mônica, faz parte do processo de aquisição da linguagem e é normal até os 5 anos, quando os desvios e trocas devem desaparecer completamente. Saiba quando cada som já deve estar sendo pronunciado da forma correta: 
Até os 3 anos:

/p/ como em pato;

/b/ como em bola;

/t/ como em teto;

/d/ como em dedo;

/k/ como em casa, quero;

/g/ como em gato, gol;

/m/ como em mamãe

/n/ como em nada;

/nh/ como em ninho;

/f/ como em feliz;

/v/ como em vaca. 
Até os 4 anos: 

/s/ como em sapo, céu, escola;

/z/ como em zebra, casa;

/ch/ como em xícara, chuva;

/j/ como em janela, gelo;

/tch/ como em tia

/dj/ como em dia

/r/ como em arara;

/R/ como em rato, carro;

/-R-/ como em porta, amor (dependendo da região).

Até os 4 anos e 6 meses 
Encontros consonantais (planta, prato) 

ENTREVISTA: De garota engajada a mãe verde



Arquivo Pessoal
Se você está na casa dos 30 anos, provavelmente se lembra da Eco 92, o primeiro grande evento em que países dos quatro cantos do mundo discutiram o futuro do planeta como um lugar sustentável. E deve se recordar também de uma menina de 12 anos que fez um discurso e entrou para a história como “a garota que calou o mundo”. Era a canadense Severn Cullis-Suzuki que, em plena adolescência, conseguiu dinheiro com os amigos para viajar ao Brasil, um país mais de 11 mil quilômetros distante do seu, e defender o meio ambiente. Duas décadas mais tarde, ela está prestes a voltar para cá, desta vez como parte da delegação canadense do Rio +20, encontro em que líderes mundiais discutirão os rumos que a sustentabilidade e a erradicação da pobreza no mundo tomaram.

LEIA TAMBÉM: Como estimular seu filho a cuidar do meio ambiente
Filha do renomado ambientalista David Suzuki, Severn é mãe do menino Ganhlaans, 2 anos, e do bebê Tiisaan, 4 meses, a quem se dedica em tempo integral. Ela vive no arquipélago de Haida Gwaii, costa oeste do Canadá, com os filhos e o marido, que trabalha com preservação de animais e plantas em um parque. De lá, escreve livros para crianças e apresenta um programa de TV sobre a questão da água para populações indígenas.
Nesta entrevista, Severn confessa ter descoberto que, depois dos filhos, algumas atitudes “verdes” podem ficar mais difíceis de ser seguidas, como comprar alimentos orgânicos, que são mais caros, para toda a família. Ainda assim, garante que as crenças que a tornaram conhecida no mundo são as mesmas. “Eu não mudaria uma palavra do discurso de 92. Ele poderia ser repetido por completo agora.” Confira o que mais ela nos falou.
CRESCER: O que você acha que mudou no mundo e na sua cabeça desde 1992?
Severn Cullis-Suzuki: Eu cresci, mas muitas das minhas opiniões continuam iguais. Já em termos mundiais, estamos em um momento de avaliar se somos mesmo bem-sucedidos ambientalmente. Acho que falhamos porque não estamos nem perto de ser uma população sustentável. Mas o lado bom é que hoje, com a internet, qualquer um pode se envolver e mudar suas atitudes, estudar causas, soluções e conhecer outros exemplos. 

C.: Agora que é mãe, ainda consegue manter as mesmas atitudes sustentáveis?
S.C-S.: Sim. Penso do mesmo jeito e ainda me sinto mais forte para lutar pelo que sempre acreditei. O que mudou foi a perspectiva. Antes eu lutava pelo meu futuro. Agora, pelo das minhas crianças. E compreendo totalmente esse amor entre mãe e filho... Não há nada mais forte! Isso dá sentido a nossas atitudes diárias. Temos mais força para lutar por políticas governamentais que garantam que o ecossistema continue a nos prover.
C.: Seus pais tiveram um papel importante na sua formação como ambientalista. Como os pais influenciam seus filhos nessa questão?
S.C-S.: Meus pais foram fundamentais! Acredito que nossos genitores são os nossos primeiros educadores, os modelos de comportamento. Meus pais nunca me disseram para eu fazer isso ou aquilo. Mas eles eram envolvidos com o meio ambiente e, mais importante, me mostravam com ações. A questão é que não basta só falar. Para mostrar algo a uma criança, em especial em termos de valores e ideologias, você precisa ser parte da mudança, acordar para isso, fazer sua voz ser ouvida. Essas atitudes devem existir especialmente em pessoas envolvidas na educação de crianças.
C.: Mas não é toda criança que tem pais tão envolvidos com essas questões. É possível ensiná-las um comportamento sustentável?
S.C-S.: As crianças têm modelos em outros lugares, como a escola. Qualquer pessoa pode inspirá-las. Mas há pequenas atitudes que as pessoas nem imaginam e que fazem as crianças se interessarem pela natureza. Cuidar de um jardim, por exemplo. O que nossos filhos nos veem fazendo todos os dias é que irá impactar suas vidas. Quando eu era pequena, meus pais me levavam para pescar e fazer caminhadas nas montanhas. Foi isso que criou minha conexão com a natureza.
C.: Fala-se muito sobre o quanto fraldas descartáveis e plástico demoram para se decompor na natureza. O que você fez na gravidez e com seus filhos no sentido de minimizar esse problema?
S.C-S.: Essas coisas estão mais populares agora, não é? Eu uso fraldas de pano e mamadeira de vidro com meus filhos (além de amamentar, claro). Mas acho que mais importante do que essas ações é os pais estarem felizes com suas escolhas. Nós fazemos o melhor que podemos para nossos filhos, sempre. Seria muito bacana se as pessoas conseguissem comer alimentos orgânicos, em especial na gravidez, mas sei que é difícil e caro para muitos. Por outro lado, é uma das coisas que me movem. Se os pais se organizassem localmente para pedir mudanças, os produtos ficariam mais acessíveis. Mas agora, como mãe, eu entendo que a chegada de um bebê traz muitas novidades com as quais devemos nos acostumar. E é difícil assimilar todas elas e pensar também no que fazer pelo planeta. Por isso precisamos dos governos. Não é nossa responsabilidade fazer isso sozinhos.
C.: Seus filhos ainda são muito pequenos, mas você já começou a ensinar algo sobre sustentabilidade ao mais velho?
S.C-S.: Sabe, a melhor coisa a fazer por seus filhos é levá-los para fora de casa. Passear, acampar, andar. Você não precisa ensinar às crianças coisas específicas. Apenas leve-as para ver quão bonito e gostoso é ficar em uma praia, em um parque. As crianças amam a natureza como característica inata. Hoje, com toda a tecnologia e os brinquedos digitais, esse contato ficou mais difícil. Até então, todos os pequenos eram acostumados a brincar na rua. Esse era o motivo pelo qual muitos jovens acabavam envolvidos com os movimentos ambientais. Mas agora, sem eles conhecerem de perto árvores, plantas, animais, será que vão lutar pela sua preservação? Mesmo se você mora em uma cidade grande, pode cuidar de uma planta em casa, cultivar algo para consumir depois. Assim, as crianças entendem que a comida vem da terra.

C.: Não temos no Brasil uma estrutura para reciclagem, por exemplo. Tudo acaba se transformando em ações de pequenos grupos. Elas adiantam ou não?
S.C-S.: É normal que a gente se sinta desanimado e frustrado quando pensamos nos grandes problemas de um país, mas não podemos cair na apatia. Um jeito de garantir isso é fazer pequenas ações que funcionam. Elas nos dão força para continuar e nos sentir mais poderosos. Quando eu era criança, minha mãe criou um grupo chamado Comitê Verde na minha escola. A proposta era transformar o chão de concreto em horta, sem pesticidas. E isso foi a ideia de uma mãe que se juntou a outras e mudou a vida não só da filha dela e de seus amigos, mas de centenas de crianças que depois estudaram ali. É assim que as coisas começam.
C.: Pode ocorrer de, em casa, um dos companheiros ou mesmo o filho não se empolgar muito com as iniciativas verdes da mãe ou do pai. Nesses casos, o que fazer?
S.C-S.: Quando há conflitos é sempre mais difícil, mas meu conselho é: não desista. Claro, não adianta reciclar sozinho ou ter um jardim que só você cuide. É muito mais valioso todos participarem. Mas vou contar uma história: na minha infância, minha mãe sempre queria passear e eu ficava resmungando “por que temos que ir?”. Hoje eu entendo o que ela fazia. Estava me pondo em contato com a natureza para que eu aprendesse a respeitá-la e preservá-la. Amo mais que tudo repetir isso com os meus filhos.