20 perguntas para escolher a primeira escola do seu filho


Gabriel Rinaldi
Na hora de colocar o filho na escola, a cabeça dos pais mais parece um turbilhão. Além de se preocupar com a localização do colégio, com o que a criança vai comer no recreio e, principalmente, se os professores vão cuidar bem dela, ainda é preciso avaliar o método de ensino, o valor da mensalidade e, claro, lidar com a separação daquele serzinho que começa a mostrar independência. Aí, você vai visitar uma escola perto de casa, outra próxima ao trabalho, outra ao lado da casa da avó e... fica na maior dúvida! Afinal, o que levar em conta? Como saber que todas aquelas frases bonitas que o diretor pedagógico diz na visita realmente funcionam no dia a dia? De fato, não é fácil... Para ajudar você nessa missão, CRESCER conversou com mães e pais inspiradores, e com especialistas, sobre quais são aquelas questões que nunca passaram pela sua cabeça, mas deviam ser feitas antes de assinar a matrícula. E ainda contamos quais são as respostas esperadas e como você pode descobrir se elas são colocadas em prática. Acredite, não são nada óbvias, mas dizem muito sobre a maneira como a escola lida com o desenvolvimento da criança. No final, preparamos um guia básico para não deixar nada de fora dessa investigação que dá trabalho, mas compensa muito.






1. “Os professores abraçam os alunos? Demonstram carinho?” 
Lygia da Veiga Pereira, geneticista do Instituto de Biociências da USP, mãe de Gabriela, 9 anos, e Maria, 7
Claro que a resposta para essa pergunta será um sonoro “sim”. Mas há uma forma não verbal de checar isso. Peça para ver o recreio e observe como o professor se relaciona com os alunos, se está no meio deles, se brinca e se envolve com a turma. Especialmente na educação infantil, essa relação afetiva é fundamental. É por meio dela que a criança se abre para aprender, para falar dos sentimentos e perguntar quando tem dúvidas. “E ser afetivo não é beijar e abraçar. É olhar no olho, ouvir, se importar, dar atenção, acolher, proporcionar situações que a criança se sinta capaz”, diz Mônica Padroni, diretora pedagógica da Escola Projeto Vida (SP).
2. “Como a criatividade é estimulada? Ela é livre ou é ‘imposta’, como o caso de alguns lugares que adotam um dia da semana para a criança ir de fantasia?”
Denise Fraga, atriz, mãe de Nino, 14 anos, e Pedro, 13
Muitas vezes, ao estipular um dia do brinquedo ou da fantasia, a escola acaba desestimulando essas brincadeiras que têm como base a liberdade. “A criança pensa, aprende e estrutura as informações utilizando recursos divertidos: criação, imaginação, organização de sentidos sociais e pessoais, faz de conta, experimentação de papéis, interação...”, diz Celia Guimarães, educadora e professora da Unesp (SP). Para ela, restringir esses recursos a um dia da semana não seria o ideal. No entanto, também é importante levar em conta – e respeitar – as regras da escola com relação a uniforme. Caso ele seja obrigatório, você precisa explicar para seu filho que ele não poderá usar a fantasia quando bem entender (já pensou se todos os colegas fizessem o mesmo?). Uma boa saída para isso é quando a própria escola já tem um estoque de fantasias – e a criança pode vesti-la durante a aula.
3. “O que a escola faz se a criança não quiser comer de jeito nenhum o lanche de casa?”
Fernanda Takai, cantora e mãe de Nina, 8 anos
As escolas precisam conhecer os hábitos alimentares da criança e sempre reforçar a importância de uma alimentação saudável. Quando um aluno nega o que vem de casa, o interessante é que o professor converse com os pais. “Uma boa alternativa é orientá-los para que as crianças participem do preparo da lancheira – o que facilitará a aceitação dos alimentos. Se for necessário, vale a pena consultar um nutricionista para sugerir um cardápio variado e balanceado”, diz Andréa Patapoff Dal Coleto, mestre e doutoranda em Psicologia da Educação da Faculdade de Educação da Unicamp. Agora, se a criança vai comer na escola, peça para ver o cardápio que está adotando ou que usou no ano anterior. Mas lembre-se que não dá é para ter uma opção muito diferente da que os colegas consomem.
4. “De que maneira o colégio respeita a individualidade de cada criança?”
Fernando Meligeni, ex-tenista e pai de Gael, 2 anos e meio
A observação, os registros e a maneira como a escola avalia os alunos são os indicadores de como a instituição respeita o desenvolvimento de cada um. “Quando convivemos em grupo, independentemente da faixa etária, é importante ter limites, regras, rotina e organização. Essas práticas trazem segurança às crianças. No entanto, as normas sempre podem ser mudadas para se adaptar melhor à realidade da turma”, afirma Itamara Teixeira Barra, pedagoga e coordenadora da educação infantil e ensino fundamental I do Colégio Nossa Senhora do Morumbi (SP). Uma forma de a escola investir nessas características específicas é oferecer atividades extracurriculares bem diversificadas. Ter um leque de escolhas – e não impor uma modalidade ou outra para o aluno – ajuda a descobrir as habilidades de cada um. É o caso de um grupo que vai para aula de natação, outro para o balé, outro para a ioga... “É importante dar oportunidade para a criança experimentar e demonstrar seus interesses. E sempre estimulá-la a explorar coisas novas, porque as aptidões também são construídas.”
5. “Como os professores respondem a perguntas sem pé nem cabeça feitas em sala de aula?”
Marcelo Duarte, jornalista, autor de O Guia dos Curiosos (Ed. Panda Books), colunista da BandNewsFM, pai de Rodrigo, 20 anos, Beatriz, 17, e Antonio, 6
As crianças não podem ficar sem respostas, nem que seja algo como “vou pesquisar e falo para você depois”. Se elas perguntam, estão demonstrando interesse e isso é fundamental para qualquer processo de aprendizagem. Para saber se a curiosidade do seu filho será estimulada na escola que está visitando, pergunte se as crianças frequentam a biblioteca, se têm aulas de culinária, se podem brincar com água... Tudo isso são formas lúdicas de ensinar e prender a atenção. “A escola tem que tentar mostrar o que o aluno não espera. As brincadeiras e descobertas na área de ciências, por exemplo, são momentos enriquecedores. Os olhos deles se fixam quando eles descobrem durante uma experiência quais objetos afundam ou flutuam na água. Assim, conseguimos ampliar outras habilidades que são importantes para o desenvolvimento cognitivo, como refletir, levantar hipóteses, opinar”, afirma Daniela Leonardi, coordenadora de Educação Infantil da Escola Cidade Jardim/Play Pen (SP).
Gabriel Rinaldi

6.“Como as festas de cunho familiar, especialmente Dia das Mães e Dia dos Pais, são tratadas, tendo em vista os novos arranjos de convivência e matrimônio?”
Mario Sergio Cortella, professor, filósofo e escritor, pai de André, 34 anos, Ana Carolina, 32, e Pedro, 28
Diante das ainda chamadas “novas famílias” – formadas por pais separados, do mesmo sexo, com madrastas e padrastos – é preciso que a escola esteja aberta para repensar datas como essas. Isso pode ser desde instituir apenas um dia em que a família toda pode ser recebida até o preparo de algo especial tanto para os pais biológicos quanto para os que agora convivem com a criança. Se a escola optar por manter as datas tradicionais, tem que dispor de algum tipo de conversa extra com as crianças e com os pais, que jamais devem ser surpreendidos ou se sentir constrangidos diante dos filhos.
7. “Como a escola prega a pluralidade, seja ela religiosa ou ideológica, e a realiza na prática?”
Marcelo Tas, apresentador do programa CQC (Band), pai de Luiza, 23 anos, Miguel, 10, e Clarice, 6
Para saber se a escola é plural, observe se há alunos de diferentes religiões e classes sociais e pergunte para a coordenação como isso é encarado no cotidiano. “As diferenças precisam ser trabalhadas no dia a dia para ensinar a criança a conviver com outras realidades. O aluno não pode ser excluído por conta de sua crença”, diz Quézia Bombonatto, terapeuta familiar e presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia. Vale lembrar que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96 estabelece duas categorias de escola: públicas e privadas, e, dentro dessa última, distingue entre particulares e confessionais/comunitárias. A escola pública não pode ministrar ensino religioso. A particular tem que deixar claro quais são os princípios e valores que direcionam suas atividades, devendo ter capacidade para lidar com a pluralidade da mesma forma da pública.
8. “Como é feita a integração entre os pais e o colégio? Que horas acontecem as reuniões e festas?”
Sonia Bridi, jornalista da TV Globo e autora de Laowai - Histórias de uma Repórter Brasileira na China (Ed. Letras Brasileiras), mãe de Mariana, 27 anos, e Pedro, 10
Se as reuniões e festas são feitas só em horário de trabalho, essa integração pode ficar difícil... A família faz parte da comunidade tanto como os alunos e o contato não pode ocorrer de modo eventual, legitimado apenas em festinhas ou datas comemorativas. “É no cotidiano da escola, desde a chegada até a despedida das crianças, que essa integração acontece. Quando as famílias são bem-vindas, possuem espaços de acolhimento, de troca, de comunicação e se sentem mais seguras para compartilhar a educação de seus filhos”, afirma Simone Santos de Albuquerque, professora da faculdade de educação da UFRGS. Mas é um trabalho feito pelos dois lados. Tanto a família quanto a escola precisam encontrar os modos de integração, os horários, a melhor forma de se comunicar. É daí que se criarão os elos de confiança.
9. “A professora canta com as crianças?”
Hélio Ziskind, cantor e compositor, autor do tema de abertura de Cocoricó e do CD O Elefante e a Joaninha, pai de Carolina, 29 anos, e Fernando, 27, e padrasto de Helena, 15, e Clara, 13
Ensinar música agora é lei – então, é interessante saber como a escola encara essa atividade no dia a dia com os alunos. Se canta, quando canta, se tem hora definida para isso e que tipo de repertório pode mostrar muito sobre a bagagem cultural da instituição – informação fundamental quando se trata de educação. As canções também podem fazer parte do aprendizado tanto no desenvolvimento emocional quanto no conteúdo propriamente dito.
10. “Como os funcionários lidam com crianças que praticam bullying?”
Oscar Motomura, diretor geral da Amana-Key e especialista em inovação, pai de Mila, 37 anos, Mauren, 34, e Vitor, 32
Faz parte do trabalho do educador identificar situações de agressão e agir no sentido de desarmá-las. Segundo a educadora Maria Betânia Ferreira, membro da Association for World Education (Associação para a Educação Mundial, em tradução livre), ONG internacional que trabalha por uma educação democrática e sustentável, “uma escola que vai lidar positivamente com o bullying é necessariamente aberta ao diálogo com a família. Ela não espera o problema se manifestar para entrar no assunto e se preocupa em saber como seus empregados lidam com a diversidade em todas as áreas”. A melhor forma de sentir se a escola age dessa forma é conversando com outros pais. Se tiver algum esperando o filho na hora da sua visita, tente puxar papo e perguntar como é o relacionamento entre as crianças, se o filho dele tem muitos amigos, se a sala parece unida etc.
Gabriel Rinaldi
11. “Qual é o procedimento em caso de emergência médica?”
Carla Cecato, jornalista e apresentadora do Fala Brasil (Rede Record), mãe de Bruno, 1 ano
Uma boa escola deve ter pessoas preparadas para cuidar da saúde do seu filho. Verifique se o local tem uma enfermeira, se dá remédio para a criança sem avisar os pais, se tem aparelho de inalação, se registra na agenda caso a criança passe mal... Além disso, veja se os funcionários têm cursos de primeiros socorros e se a instituição se preocupa em pegar as informações médicas da criança, como convênio e contato do pediatra.
12. “O que acontece com uma criança que morde a outra?”
Eva Furnari, escritora e ilustradora, mãe de Claudia, 36 anos, e Paulo, 31
Primeiro é bom saber que as crianças, quando pequenas, ainda não possuem parâmetros de relacionamentos em grupo. Muitas estão fazendo parte de uma comunidade pela primeira vez e começando a falar. “Por estarem voltadas ao seu próprio mundo e vontades, sem se dar conta ainda do outro, algumas vezes as crianças agridem como forma de mostrar o que desejam”, afirma a pedagoga Itamara Teixeira Barra. Portanto, é papel da escola, em parceria com as famílias, ajudá-las a construir essas relações na vida em grupo. Quando ocorre uma situação de agressão física, o ideal é conversar e mostrar que podemos negociar as questões sem morder ou bater. Os educadores também devem pensar em alternativas para prevenir o ocorrido, por mais que seja comum. Um exemplo seria propor outras atividades que desviem a atenção da criança para o impulso. Agora, se seu filho mordeu ou apareceu mordido mais de três vezes, é sinal que a instituição não está fazendo o papel dela para impedir que esse problema continue. Aí, é hora de os pais avaliarem o que está acontecendo e cobrar uma atitude firme dos professores e coordenadores.
13. “Como a escola se preocupa com o meio ambiente e estimula o contato com o verde?”
Christine Castilho Fontelles, diretora de educação e cultura do Instituto Ecofuturo, mãe de Camile, 23 anos, e Isabelle, 6
Uma olhada no espaço físico do colégio pode dar bons sinais de como ele lida com a sustentabilidade. Normalmente, escolas com horta, areia, árvores e animais tendem a ser mais “verdes”. Mas também há outros detalhes para observar, como checar se o reaproveitamento de materiais (as conhecidas sucatas) faz parte do material didático, se há separação de lixo, se as crianças usam ou não copos plásticos para beber água... Na conversa com a coordenação, é importante pedir exemplos de como os conceitos de sustentabilidade são passados para a criança e como é desenvolvida a conscientização de que o que ela faz impacta o mundo.
14. “De que forma a escola incentiva o amor pelos livros?”
Suppa, ilustradora e mãe de Romain, 22 anos, e Charlotte, 15
Para responder a essa questão, a primeira coisa que o pai deve fazer é pedir uma visita à biblioteca da escola. Quando estiver ali, observe o tipo de espaço físico, os materiais e as propostas de contato com livros. Eles estão ao alcance das crianças? São de bons autores? Estão bem cuidados? “Também vale a pena procurar saber se há iniciativas para promover a leitura na escola. Observe, por exemplo, se a criança pode escolher um título e levá-lo para ler em casa ou trazer um para o colégio”, aconselha a educadora Celia Guimarães. E, acima de tudo, verifique se essa relação com a literatura é incentivada desde cedo. Pergunte se tem contação de histórias e se há prateleiras de livros nas salas de aula.
15. “Como uma escola considerada mais ‘livre’ equilibra a cobrança das responsabilidades como lição de casa?”
Regina Nunes, diretora geral da Standard & Poors no Cone Sul - América Latina, mãe de Luiza, 17 anos, e Fernanda, 11
Não é porque uma escola é mais lúdica que deverá ser menos rigorosa. Há vários detalhes que podem apontar se a instituição preza mais um lado que o outro. Observe o ambiente e a dinâmica entre alunos e educadores. “Se há mesas na sala de aula para crianças de 2 anos, certamente a escola exige uma organização do espaço e dos alunos de uma forma mais rígida. Por outro lado, se o local se orgulha de ter um quintal grande, pode ser sinal que ali se investe na brincadeira – o que não significa que a escola não vá impor limites, exigir responsabilidades e cobrar lição de casa. Ela apenas dá menos ênfase a isso”, diz Marcelo Cunha Bueno, diretor pedagógico da escola Estilo de Aprender (SP) e colunista da CRESCER.
Gabriel Rinaldi
16. “Existe comparação de uma criança com a outra?”
Vera Viel, apresentadora do Record News, e Rodrigo Faro, ator e apresentador de O Melhor do Brasil e Ídolos (Rede Record), pais de Maria, 6, Clara, 3, e grávidos de Helena
Quando a escola tem propostas generalistas, ela tende a olhar pouco para a identidade da criança. “Uma boa instituição diz o que tem em seu currículo, explica como o grupo está se desenvolvendo e fala que o seu filho tem um jeito diferente de aprender. Aí, cria estratégias para aquela criança”, afirma Mônica Padroni, diretora pedagógica de Educação Infantil da Escola Projeto Vida (SP). É preciso que o colégio veja as particularidades de cada um e não espere que todos os alunos estejam dentro da mesma média. Para saber se a escola que você está visitando faz isso, pergunte quais são os critérios de avaliação e as estratégias para quando a criança não tem o mesmo desenvolvimento do grupo. Alguns lugares oferecem aulas de apoio, por exemplo.
17. “O colégio se preocupa em preparar as crianças para prestar ‘vestibulinhos’ de ingresso no ensino fundamental em outras escolas?”
Eduardo Giannetti da Fonseca, economista, professor do Insper e autor de livros, entre eles O Valor do Amanhã (Ed. Cia das Letras), pai de Joel, 26 anos
Por se tratar de uma seleção de alunos para educação infantil ou fundamental, o chamado “vestibulinho” é vetado pelo Conselho Nacional de Educação desde 2003. O órgão indica que “não há o que ser avaliado em uma criança sem qualquer bagagem acadêmica” e define que “tais métodos, além de se constituírem em um obstáculo natural à inclusão de crianças portadoras de deficiência mental no ensino regular, ferem o Estatuto da Criança e do Adolescente”. Como é uma recomendação, não tem força de lei. Para muitos especialistas, o problema está na angústia que uma seleção precoce pode causar, uma vez que até os 8 anos a criança não sabe como lidar com essa competitividade. Uma coisa é ela ser recusada porque não há vagas, outra é ficar a mensagem que “não serve” para a escola. “Por isso, o mais importante é procurar um lugar que ofereça propostas consistentes para trabalhar as expressões artísticas, as matemáticas, a linguagem oral e escrita e o conhecimento de mundo. Quando a escola faz isso, potencializa a infância”, diz o educador Marcelo Bueno. Se o lugar onde você está pensando em matricular seu filho não tiver ensino fundamental, pergunte qual colégio eles indicam para essa fase e como é feita a transição. Informações como essas tranquilizam os pais.
18. “Existe algum esquema ou iniciativa para crianças com dislexia?”
Dinho Ouro Preto, cantor e pai de três filhos de 8 a 14 anos
A escola precisa estar sempre atenta a qualquer comportamento que não seja compatível ao esperado à faixa etária da criança. A fala é manifestada por volta dos 2 anos de idade e, no caso da dislexia, uma patologia ligada à linguagem, a instituição precisa ter conhecimentos para identificar qualquer problema. Existindo a suspeita de um déficit fonológico ou de dificuldade de leitura e escrita, o colégio deve encaminhar a criança imediatamente para avaliação de um especialista. Só a partir do diagnóstico é possível delinear um trabalho adequado às necessidades dela. Vale destacar que, quanto mais cedo um problema for identificado, mais rapidamente se pode obter ajuda para resolvê-lo.
19. “Que tipo de projeto social é feito em conjunto pelos alunos e professores?”
Cazé Pecini, apresentador do programa A Liga (Band) e pai de Danaë, 21 anos, Rubi, 15, e Iggy, 1
Há muitas formas de desenvolver uma atividade social dentro da escola e o principal é que ela tenha um significado real, não existindo apenas para agradar à sociedade. Pode ser doação de livros, roupas e brinquedos ou uma feira cultural que promova o contato dos alunos com as crianças carentes, por exemplo. “Quem está em uma classe social mais elevada pode acabar vivendo em redomas, o que atrapalha na formação como indivíduo. Quando entram em contato com outra realidade, podem até valorizar mais o que são e o que têm”, diz a psicopedagoga Quézia Bombonatto. E vice-versa: as crianças que vivem em realidades mais difíceis podem aprender atividades novas e, acima de tudo, acreditar que podem sonhar.
20. “É bom expor diariamente a criança a um idioma estrangeiro?”
Evelyse Britto, executiva do mercado de alto luxo, mãe de Isabela, 9 anos, e Júlia, 3
Na verdade, existem prós e contras. “Expor a criança a idiomas faz parte da educação para a diversidade e facilita o aprendizado delas”, acredita a educadora Maria Betânia Ferreira. Além disso, aumenta as chances de que ela se comunique sem sotaque, uma vez que ainda tem pouco repertório linguístico. Por outro lado, aprender a falar corretamente a língua materna deve ser sempre a prioridade para a família. “O ideal é que a criança tenha contato com outro idioma só depois que já tiver adquirido a parte mais básica da fala, conhecendo bem o vocabulário e reproduzindo todos os fonemas”, argumenta a pedagoga Mônica Padroni.



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